terça-feira, 31 de julho de 2012

Curiosidades sobre as Testemunhas de Jeová

 

Fachada egípcia do Salão do Reino das Testemunhas de Jeová no Queens, em Nova Iorque.


O Sol Alado (Winged Sun) em destaque.



Túmulo piramidal de Charles Taze Russel (19852-1916), fundador da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia ou Testemunhas de Jeová.



Capa da série Estudo das Escrituras (Studies in the Scriptures), publicada por Russel, exibe o Sol Alado.



Insígnia dos Estudantes da Bíblia, a Cruz Coroada (Cross and Crown) está associada à Maçonaria por ser o emblema do mais elevado grau do Rito de York: a Ordem dos Cavaleiros Templários.



domingo, 29 de julho de 2012

O Rito Palladista


Pike e Mazzini


Edith Starr Miller, também conhecida por Lady Queenborough, em seu livro Occult Theocracy (Abbeville: F. Paillart, 1933. p. 215), diz que a 20 de setembro de 1870, Albert Pike 33º (sistematizador do R.'.E.'.A.'.A.'.) e Giuseppe Mazzini 99º (R.'.A.'.P.'.M.'.M.'. e Carb.'.) restauraram um antigo rito maçônico caracterizado pela adoração à Lúcifer: o Palladismo.

Segundo Lewis Spence, a Ordem do Palladium foi uma associação maçônica fundada em Paris, em 1737, que adormeceu por alguns anos e chegou a cair no esquecimento. Spence registra também que Pike, co-restaurador dessa fraternidade adormecida, "praticava rituais ocultistas e estava em constate contato com Lúcifer." (SPENCE, L. An Encyclopaedia of Oculltism. Nova Iorque: Cosimo, Inc., 2006. p. 123) 

Os dois restauradores dividiram seus poderes da seguinte forma: Pike assumiu a autoridade dogmática e os títulos de Sumo Pontífice da Maçonaria Universal (Sovereign Pontiff of Universal Freemasonry) e Soberano Pontífice de Lúcifer (Sovereign Pontiff of Lucifer), enquanto Mazzini assumiu o poder executivo e também o título de Soberano Chefe da Ação Política (Sovereign Chief of Political Action). Pike renomeou a antiga instituição maçônica de Ordem do Rito Palladista Novo e Reformado (Order to the New and Reformed Palladian Rite).

A Santa Sé do Dogma (Holy See of the Dogma) para todo o mundo maçônico foi criada em Charleston (Carolina do Sul), a cidade sagrada do novo Palladismo. Pike, entitulou-se Presidente do Supremo Diretório Dogmático (President of the Supreme Dogmatic Directory), divisão que seria composta por dez irmãos dos graus mais elevados e que formariam o Supremo Grande Colégio dos Maçons Eméritos (Supreme Grand College of Emeritus Masons). A Soberana Diretoria Executiva da Alta Maçonaria (Sovereign Executive Directory of High Masonry) foi estabelecida em Roma por Mazzini. Em uma carta endereçada à Albert Pike, datada de 22 de janeiro de 1870, Mazzini escreveu:

"Devemos permitir que todas as federações continuem exatamente como estão, com seus sistemas, suas autoridades centrais (...) mas temos de criar um rito supremo, que permanecerá desconhecido, ao qual convocaremos apenas aqueles maçons de alto grau que serão selecionados por nós. No que diz respeito aos vossas irmãos na Maçonaria, esses homens devem ser compelidos a manter o mais rigoroso segredo. ESSE SUPREMO RITO (PALLADISTA), QUE IRÁ REGER TODA A MAÇONARIA E QUE SERÁ O SEU CENTRO INTERNACIONAL, SERÁ O MAIS PODEROSO PORQUE SUA DIREÇÃO SERÁ (ABSOLUTAMENTE) DESCONHECIDA." (MILLER, E.S. Op. cit., p. 208-209)

Os principais centros de atividade do Rito Palladista foram estabelecidos em Charleston, Roma e Berlim. Além destas sedes, Pike e Mazzini estabeleceram quatro Grandes Diretórios Centrais - GG.'.DD.'.CC.'. (Grand Central Directories) com a finalidade de reunir informações vitais para esforços políticos e propaganda. Estes eram: o G.'.D.'.C.'.  para América do Norte em Washington, G.'.D.'.C.'. para a América do Sul em Montevidéu, G.'.D.'.C.'. para a Europa em Nápoles, e G.'.D.'.C.'. para a Ásia e Oceania em Calcutá. Mais tarde, um sub-diretório para a África foi estabelecido em Port Louis, na ilha de Maurício.

Para recrutar adeptos, eles usaram alguns membros de outros ritos, mas no início contavam essencialmente com aqueles entre os iniciados do R.'.E.'.A.'.A.'. e R.'.A.'.P.'.M.'.M.'., que já estavam  profundamente familiarizados com o ocultismo. Um maçom de alto grau, particularmente, seria bem recebido em toda parte, em qualquer país, ou em qualquer rito, cuja existência fosse reconhecida. Assim foi que, particularmente os iniciados nos mais elevados graus do R.'.A.'.P.'.M.'.M.'. e R.'.E.'.A.'.A.'. que, devido às suas extensas ramificações internacionais, tiveram o privilégio de recrutar membros de outros ritos para o quadro palladista. Foi por esse motivo que o Supremo Rito criou seus triângulos (o nome dado às Lojas Palladistas) estruturados por graus.

O Palladismo é um rito de caráter neognóstico, inspirado nas antigas crenças do Bogomolismo búlgaro e do Catarismo franco-italiano. Seu ensinamento básico consiste em afirmar que a divindade é dupla, sendo Lúcifer (Deus do bem) igual ao Adonai (Deus do mal) dos hebreus (MILLER, E. S. Op. cit., p. 216-217). Vejamos o que o próprio Pike dizia:

“Sim, Lúcifer é Deus! Desgraçadamente, Adonai também é Deus, porque segundo a lei eterna, não há luz sem escuridão, beleza sem feiura, branco sem preto. O absoluto só pode existir na forma de duas divindades diferentes, assim como a escuridão funciona como fundo para a luz, a estátua requer uma base e a locomotiva necessita de um freio (...) a doutrina do satanismo é uma heresia (pois é sectária); e a religião verdadeira e puramente filosófica é a crença em Lúcifer, como sendo igual a Adonai, mas Lúcifer, que é deus da luz e do bem, está lutando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal.” Ele disse também: “A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados dos altos graus, mantida na pureza da doutrina luciferiana.” (ibid. p. 220-221)

Com Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi na Itália, Lord Henry Palmerston na Grã-Bretanha e Otto von Bismarck na Alemanha, o objetivo de Albert Pike era criar, por meio de sua Ordem Palladista, um grupo elitizado que controlasse as atividades de todas as Obediências (Grandes Orientes, Grandes Lojas, Supremos Conselhos, Soberanos Santuários do R.'.A.'.P.'.M.'.M.'. e todas as Ordens Maçônicas) espalhadas pelo mundo.

William Josiah Sutton, em seu livro Lucifer, Eliphas Levi, Albert Pike and the Masonic Lodge (p. 16), disse:

"Pouquíssimos maçons sabem que Albert Pike, a mais alta autoridade da Maçonaria, cujos títulos recebidos (ou autoconferidos) foram Knight of the Sun or Prince Adept (Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto), Mystic Poet (Poeta Místico), Sovereign Grand Commander (Soberano Grão-Comandante), Sovereign Pontiff of Universal Freemasonry (Soberano Pontífice da Franco-Maçonaria Universal), foi também o chefe da Order of Palladium (Ordem do Palladium), uma sociedade ulta-secreta (fundada por Giussepe Mazzini, o "pai da máfia italiana") que abertamente adorava Lúcifer e estava empenhada em destruir o Cristianismo, afim de substituí-lo pelo Luciferianismo. Albert Pike, o chefe dos maçons, foi também um apóstolo de Lúcifer.”

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Kali Yuga: o Apocalipse Hindu


Kalki 


Segundo as antigas escrituras indianas, estamos vivendo em plena Kali Yuga, a Era do demônio Kali (não confundir com a deusa Kálí), o período crepuscular do fim dos tempos.

É dito no Bhagavata Purana que Kali, o soberano das trevas, recebeu permissão de Brahma-Vishnu-Shiva para viver onde quer que houvesse matança de vacas, jogatina, prostituição e embriaguez, sendo essas as características predominantes da Kali Yuga, a Era do Ferro e das Trevas.

Yuga (não confundir com Yoga) significa quarto: assim, a Lua tem quatro Yugas. Segundo Mircea Eliade, o demônio Kali está associado à "discórdia, conflitos, disputas". Sendo assim, é a era em que a sociedade humana chega a seu nível máximo de degenerescência, de barbárie, de desintegração. Para os indianos, que gostam de jogar dados, Kali designa a face que perde, aquela com um só ponto... As quatro Yugas têm o nome das faces do dado:

Krita, ou Krita Yuga, é a Idade do Ouro da humanidade, a face do dado com quatro pontos.
Treta, ou Treta Yuga, é a Idade de Prata, a face com três pontos;
Dvâpara, ôu Dvâpara Yuga, a Era do Cobre, a face com dois pontos;
Kali, ou Kali Yuga, a Era do Ferro, é a face que perde, com um só ponto.

O que dizem e predizem as escrituras, os Puranas, sobre esse Yuga? Nada muito alegre, e segundo o Mahabharata e o Bhagavata Purana: “Pouco dotados de senso, os seres humanos estarão sujeitos a todos os tipos de doenças do corpo e do espírito, eles pecarão todos os dias e tudo aquilo que pode afligir os viventes, tudo o que é vicioso e impuro será engendrado durante a era de Kali.

“Quando a era de Kali estiver no final, os homens formarão seitas heréticas e brigarão por causa das muheres. Isso está fora de dúvida... Nessa Era do Ferro haverá epidemias, fome, secas, revoluções. Os homens não terão virtude, terão poderes maléficos, serão irascíveis, rudes e desnestos. Haverá muitos mendigos entre o povo, a vida será breve; a preguiça, as doenças e a miséria prevalecerão, causadas pela ignorância e pelo pecado.

“Na Kali Yuga, até Mahadeva, o deus dos deuses, não será divino para os homens. Os seres deterior-se-ão rapidamente, adotando um modo de vida contrário (às regras)”.

Por seu lado, o Harivamsha, especifica: “Durante o último siclo, haverá grandes guerras, grandes tumultos, grandes temporais, grandes terrores”. E o Linga Purana profetiza: “Os homens da Kali Yuga serão atormentados pela inveja, serão irritadiços, indiferentes às consequências de seus atos... seus desejos serão mal orientados, seu saber será utilizado para fins maléficos... os chefes de Estado serão em sua maioria de baixa extração. Serão ditadores e tiranos...

“Os ladrões se tornarão reis e os reis, ladrões. As mulheres virtuosas serão raras. Generalizar-se-á a promiscuidade...  a terra já quase nada produzirá em certos lugares, mas será abundante em outros. Os poderosos se apropiarão dos bens públicos e deixarão de proteger o povo... pessoas sem moralidade pregarão a virtude... formar-se-ão associações criminosas nas cidades e nos países”.

O  fim dos tempos, ou seja, a Kali Yuga será marcada pela vinda de Kalki, o décimo e último avatar de Vishnu. Ao mesmo tempo vingador e redentor, ele virá como um guerreiro montado em seu cavalo branco alado. Em uma das mãos brandirá uma foice, na outra, um disco, que assim como o tridente, também é uma insígnia de Shiva; o disco é o de Vishnu, o segundo membro da trindade hindu. Kalki travará uma grande batalha contra Kali e seus seus sequazes, eliminará o mal e fará a restauração do dharma (lei natural), podendo assim iniciar uma nova Era de Ouro ou Satya Yuga.

Fontes:

DANIÉLOU, Alain. Shiva e Dionisos. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
LISEBETH, André Van. Tantra: o culto da feminilidade. São Paulo: Summus, 1994.

Nossas várias idades


Dr. Edmundo Maia

Aos que ainda não sabem, tenho prazer de informar que nós, seres humanos, temos várias idades. As principais delas são: a cronológica, a biológica e a psicológica (ou emocional). Há outras idades, como a intelectual, a profissional, a social, a idade óssea, etc., evidentemente embasadas naquelas.

Para melhor compreensão, citarei um exemplo: um advogado poderá ter 45 anos de idade cronológica, mas aparentar 35 anos de idade biológica, atuar como se tivesse 60 anos de idade profissional, e proceder como um jovem de 15 a 18 anos de idade psicológica ou emocional. Este advogado de 45 anos cronológicos parecerá biologicamente ter menos idade do que a real, ser um advogado profissionalmente brilhante e mais experiente em relação à sua idade, porém, hipersensível, hiperemotivo, apaixonado, impulsivo, explosivo.

Comumente as pessoas dizem: como é possível o Dr. X com a idade que tem, ser tão eficiente na profissão e viver inquieto como se fosse um adolescente?

Agora fica entendido porque muita gente adulta procede como criança ou como adolescente. É que nem sempre a idade emocional ou psicológica pode acompanhar a idade cronológica.

O ideal do homem seria alcançar, segundo Leme Lopes, a idade psicobiológica, conceito que reuniriam a idade evolutiva-constitucional, a psicomotora, a intelectual, a emocional e a social substituindo a idade cronológica.

Fonte: 

MAIA, E. A Psicologia e a Psiquiatria do Dia-a-Dia. 2ª ed. São Paulo: Almed, 1995, pp. 15-16.

Diálogo entre o profeta Muhammad e o abade Paulus

Certa vez, em um monastério nas terras de Sham (Síria), o jovem Muhammad, que mais tarde viria a se tornar profeta do Islã, foi questionado por um abade chamado Paulus:

- Então, Muhammad, agora já conheces verdadeiros cristãos. Comparaste a nossa doutrina com a dos judeus. Para qual das duas te sentes atraído: queres ser cristão ou judeu?

- Nenhum dos dois, confessou francamente Muhammad. O judaísmo foi maravilhoso, da maneira como foi iniciado. Mas então os homens perverteram-no, e agora estagnou, porque os tolos ainda esperam o Messias, em vez de reconhecerem que ele já peregrinou pela Terra. Agora o judaísmo nunca mais progredirá. Excluiu-se da própria vida.

- E o cristianismo? animava-o o abade, ao qual agradaram as ponderações do jovem. Como encaras o cristianismo?

- Seria a continuação do judaísmo, disse Muhammad meditando. Reconheceu o Messias, mas não fez desse reconhecimento o uso devido.

- Rapaz como tu entendes isso? perguntou o abade espantado.

Ele pôde escutar meio divertido, quando o jovem falou com menosprezo da doutrina dos judeus, mas como agora se referia de maneira idêntica ao cristianismo, não conseguiu mais calar-se. Muhammad replicou calmamente:

- Vós reconhecestes o Messias como Filho de Deus, que trouxe a salvação. Porém agora disputais sobre quem de vós o interpreta com mais precisão. Fazeis desse reconhecimento um assunto do raciocínio, em lugar de um assunto do espírito. Em vez de aspirar às alturas pela Verdade que ele trouxe, ficais parados no mesmo lugar e deixais a Verdade escapar pelas vossas mãos, até que ela se torne completamente vulgar.

Expressão e palavra não eram mais de uma criança.

Estupefato, o abade olhou para Muhammad, que ousou dizer-lhe tais coisas. Como isso era possível? Em nenhum instante lhe surgiu o pensamento de que Muhammad, sendo um enviado da Luz, estaria realmente em condições de trazer a ele, o inteligente abade, Luz e Verdade. Sentiu vontade de escutar mais, por isso perguntou-lhe:

Como imaginas a crença verdadeira, se repudias uniformemente o judaísmo e o cristianismo?

- Sobre isso já meditei muitas vezes, foi a resposta surpreendente. Devia-se fazer a tentativa de conseguir a transição entre o judaísmo e o cristianismo, porém espiritualizá-lo, porquanto a fé é uma atribuição do espírito e não do intelecto.

Perplexo, o abade fixou os olhos no seu interlocutor, não conseguindo quase mais segui-lo. Isso não vem de ti rapaz! exclamou. Quem te disse tudo isso? Quem te ensinou a pensar assim?

Isso surge em mim à noite, quando faço a minha prece, e eu o retenho porque sinto que é a Verdade. Logo que eu a tiver alcançado mais idade, então pedirei a Deus para ajudar-me a encontrar a verdadeira crença, que possa ser ensinada aos homens. Essa crença conterá então a força para conquistar o mundo e conduzirá todos os homens aos pés do Criador, em gratidão e veneração.

Comovido, o rapaz calou-se. O abade, no entanto, em vez de deixar atuar sobre si essa sabedoria, desejou saber:

- Com quem falaste sobre isso, Muhammad?

- És o primeiro, soou a resposta, mas agora estou arrependido por tê-lo feito, porquanto tu não recebes aquilo que eu disse no sentido como me foi dado. Sempre queres medir tudo pelo teu cristianismo, em vez de distinguir que Deus quer te oferecer aqui coisa melhor! Se, porém, durante a refeição não esvaziares bem a tua tigela de comida do dia anterior, como pode caber coisa nova nela?

(Dos registros akáshicos divulgados pela Ordem do Graal)

Ecletismo


ECLETISMO




Segundo o filósofo francês Victor Cousin (1792 - 1867), o objetivo da filosofia eclética é "discernir entre o verdadeiro e o falso, nas diversas doutrinas e, após um processo de depuração e separação através da análise e da dialética, reuni-las num todo legítimo, com vista à obtenção de uma doutrina melhor e mais vasta." [1]

Simplificadamente, o eclético não é aquele que aprecia de tudo, mas sim aquele se permite conhecer a diversidade (de doutrinas, métodos ou estilos) com o objetivo de selecionar o que há de melhor.

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1. CLÉMENT, Élisabeth. Dicionário Prático de Filosofia. Lisboa: Terramar, 1997.